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Academia Nacional de Ciências, Letras e Artes

 
ANACLA
Patrona Elis Regina
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Data da Posse: 20/07/2018
Patrona da Cadeira 17- Elis Regina
Profissão: Cantora
Elis Regina -  “É muita loucura... E eu sou mais louca que a loucura que tá solta”...
Existem milhares de possibilidades de homenagear àqueles que reverenciamos no mundo da cultura. Aqui, em especial, a homenagem é para essa mulher, que sempre esteve a frente do seu tempo, encorajou multidões a acessarem suas verdades e suas “loucuras”.
Uma pisciana do dia 17 de março de 1945, nascida em Porto Alegre, RS: Elis Regina de Carvalho Costa.
Sua primeira apresentação artística foi aos 11 anos, no Programa do Guri, numa emissora gaúcha, e aos 16 resolveu lançar-se nacionalmente. Foi no Festival Nacional de Música Popular Brasileira, produzido pela TV Excelsior que ela ganhou visibilidade, cantando a música Arrastão, de Edu Lobo e Vinícius de Moraes.
Fácil é encontrar referências culturais de Elis, mas quero retratar aqui uma Elis que talvez poucos conheçam, uma mulher, uma mãe, que também teve seus desafios para lidar com sua vida e suas escolhas.
Uma mulher polêmica, inconformada com as gaiolas culturais da época, foi figura primordial para que nossa cultura não morresse, junto com outros tantos “rebeldes”. Mas afinal, o incoformismo, a “loucura” é que gera e impulsiona as mudanças.
Assim vejo Elis, Pimentinha, como fora apelidada por Vinícius de Moraes. Criou movimento, aqueceu os corações e abrilhantou a vida de muitos, além do seu tempo e da sua geração.
Poucos meses antes de sua morte disse: “Não tenho tempo para desfraldar outra bandeira que não seja a da compreensão, do encontro e do entendimento entre as pessoas”.
Uma mulher que abdicou de muitas escolhas para estar perto dos seus filhos, uma mulher que também tricotava sapatinhos de bebê, espírita, estudiosa de Allan Kardec. Uma mulher real, de cotidiano, de escolhas e verdades.
Se em uma palavra eu pudesse descrevê-la, talvez eu escolhesse, autenticidade, mas poderia ser, verdade, ou ainda poderia ser gratidão. Gratidão por abrir espaço para mais cultura, por ter sido hino para tantos momentos na minha vida e na de tantos outros.
A história da humanidade precisa de pessoas que pensem além do seu tempo, que promovam rupturas, que saiam das gaiolas, da caixa, que partilhem suas loucuras, para que outras loucuras possam se juntar, e novas verdades apareçam. Elis faleceu em 19 de janeiro de 1982, aos 36 anos, e gerou controversas até sobre sua causa mortis. Essa, aos meus olhos, foi e é Elis.
Te vejo!

Postado por Mara Viana   Artigo 17   10/10/2022